sexta-feira, 12 de outubro de 2007

ME, MYSELF, I...







- Vai... Escreve!
- Será?! Não é meio ridículo?
-Você é ridículo!
- Assim você não ajuda.
- Ah... Jura?!
- Sai daqui! Deixa que eu me viro sozinho.
- Você não consegue fazer isso.
- Não consigo o quê, escrever um e-mail?! Tá bom...
- NÃO CONSEGUE! NÃO CONSEGUE! NÃO CONSEGUE!
- Quer parar de me atormentar, por favor. Se não vai ajudar então não atrapalha.
- Eu não só vou ajudar como também vou escrever essa joça desse e-mail.
- Fique à vontade...
- É... Para quem você quer escrever mesmo?
- Não acredito que você está me aporrinhando há horas e nem isso você sabe.
- Pouco importa... Fala logo!
- É para...
- Ah! Lembrei... É para aquela escritora que você tanto admira.
- Epa! Não vai escrever como se eu fosse mais um fã qualquer.
- Querido, para ela você é apenas mais um e-mail não lido e auto-respondido.
- É, eu sei disso. Mas quero que ela pense que estamos no mesmo patamar.
- Sei... Você quer bancar o intelectual-preto-azulado-marlboro-tarja-preta.
- Você falou igual a ela!
- Não tenho como evitar. Você respira essa mulher!
- Cadê o “Senhor Personalidade”?
- Poupe-me da sua ironia medíocre. Diz logo o que caralho eu tenho que escrever para essa vagabunda...
- Não pressiona! Eu não posso simplesmente escrever qualquer coisa para ela.
- Para com essa mania de se preocupar com o que os outros vão pensar, porra!
- Ela não é “os outros”, ela é “ELA”!
- Ela é meu cu!
- Desisto! Deixa que eu escrevo esse caralho...
- Até que enfim um pouco de atitude.
- Vai ver se eu estou na esquina...
- Ih! Minha mãe diz isso.
- “Olá...”.
- Para quem queria escrever um e-mail cheio de personalidade você está me saindo um cagão.
- Por quê?
- Você ainda pergunta?! Meu filho... Olhe como você começou o e-mail.
- Não vejo problema algum?
- Isso não é um bilhete para você começar com um simpático “Olá”.
- Foda-se!
-Era isso o que eu queria. Tchau!
- Ei, como assim? Onde você vai? Queria o quê?
- Deixa de viadagem e escreve o que estiver afim, do jeito que sair.
- Mas é que...
- AH! Chega de “mas”! Digita logo esse e-mail e aperta “send”!
- Nossa! Você perdeu mesmo a paciência, não foi?
- Na verdade, nunca tive. O que aconteceu hoje foi uma obra divina.
- Ok... Vou acabar logo com esse lenga-lenga.
- Já não era sem tempo!
- Mas vê se da próxima vez incomoda menos, tá?!
- Aí não depende de mim...
- Ô consciência irritante eu fui arranjar!

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