
Dois corpos avançam na pista de dança estreita, num nível mais alto que as mesas. A pista está mergulhada na escuridão, cercada pela guirlanda ofuscante da rampa de spots. Eles chegam, ambos entupidos de álcool e de drogas. Ela joga longe os sapatos para não ficar uma cabeça mais alta do que ele, e dançam até cair duros. Um homenzinho de terno de riscas, gravata escura e óculos de tartaruga se pendura desesperadamente numa loura deslumbrante, como se carregasse um relógio maior que ele. Ela não olha para seu cavalheiro; desvia o rosto para a sala esfumaçada. Ele não olha para nada, morto de vergonha e de tristeza. Ou, talvez, de alegria.
Não importa de onde eu retirei o texto acima, resolvi reproduzi-lo e ponto final. Hoje, mais do que nunca, acordei estranhamente saudosista. Sinto falta do que não vivi, sinto falta do glamour! Quase sempre tenho a impressão de ter nascido na época errada. Adoro Frank Sinatra, filmes noir e gin tônica. Apesar de não viver sem um i-pod, sou avesso a tecnologia. Pra quê tantos controles remotos? Antes, você podia usar um mink sem ser agredida por qualquer ambientalista desequilibrado, bebia champanhe sem se preocupar com a recessão e esbanjava pérolas a qualquer hora do dia. Nos tempos áureos do glamour, ali por volta da década de 50, ninguém morria de câncer. Naquela época, as pessoas morriam de viver. Será o fim do mundo? Enquanto isso, as irmãs Hilton sujam o nome da família e as celebridades fazem fila na Rehab. A mais pura barbárie!
Um comentário:
Desculpe a ignorância do século XXI, mas na foto com Marilyn quem é??? Capote????
Beijoooo
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