One last cry?

Tenho que desabafar! Estava assistindo a reprise da entrevista da Marina Elali no Programa do Jô. Para você ter idéia da minha aflição, fumei quase um maço de cigarros durante essa experiência. Primeiro: o Jô Soares entrevistando não dá mais. Na verdade, ele apresenta um monólogo a cada bloco do seu programa, tendo o “entrevistado” apenas como espectador do seu show. Segundo: a cantora tem um tique nervoso de ficar jogando o cabelo para um lado e para o outro, o que fez com que o próprio entrevistador(?) chamasse a sua atenção para a jogação frenética das longas madeixas. Sempre associei essa mania a mulheres que falam pelos cotovelos, o que é o caso, e que são irritantemente extrovertidas, o que também é o caso. Terceiro: ela estava usando um vestido com pontas na barra, sabe?! Tipo cantora de forró. Isso realmente me aflige muito, não entendo o que leva uma pessoa a usar tal cafonice. Fora isso, até que ela tem um currículo interessante... Apesar de ter participado do infame FAMA e de ser a culpada pela irritante trilha sonora do casal mais insuportável da teledramaturgia brasileira, os insossos Leo e Nanda da também insossa novela Páginas da Vida, Marina Elali estudou canto na Berklee College of Music, é queridinha do Guto Graça Melo, nasceu em Natal, é descendente de árabes e bailarina clássica. Se não fosse por sua tendência a breguice, a música “One last cry” confirma a minha observação, eu até que a veria com bons olhos. Ela é bonita, estranhamente produzida, mas existe beleza por ali. Pois é... Não consigo entender como uma pessoa que tinha tudo para ser cool prefere as FMs da vida. Se tivesse um pingo de vergonha na cara, podia ser uma Imogen Heap, uma Nina Persson, ou ainda uma Chan Marshall sul-americana. Tá... Eu sei que é meio absurda essa possível comparação, mas é que vocês conhecem a norte-rio-grandense como ela é, não como ela poderia ser. Tudo na vida é uma questão de pontos de vista...