
Continuação...
"(...)Saímos da festa e trepamos no carro dele, estava com preguiça de convidá-lo a subir, oferecer um drink, escolher um cd e blá, blá, blá. Apesar de bêbada, não aceitei o convite para irmos até a sua casa e recusei a hipótese de um motel, ele podia ser um psicopata ou ter um péssimo gosto, com exceção para carros, afinal, dirigia um Audi A7. Por isso, ali mesmo, em frente ao meu lar doce lar, copulamos pela primeira vez. Foi até mais voluptuoso do que seria em qualquer outro lugar, voltei à minha adolescência e pelo visto ele também, gozou antes que o Michael Bublé chegasse ao refrão da música “Felling good”. Ok... Ajeitei meu vestido, guardei a calcinha na bolsa, junto com o cartão que ele me deu, soltei um beijinho cínico e desci do carro.
Foi assim que conheci um dos homens da minha vida. Apesar de um tremendo mentiroso, depois admitiu ser casado, nunca alguém foi tão persistente ao tentar me conquistar, me venceu pelo cansaço. Trocamos telefones, mas eu jamais ligaria para o "Sr. Rapidinho", se ele quisesses, ele ligasse, e foi o que fez! Várias vezes, é bom frisar. Passou a me encher de mimos, carinhos, declarações, etc. Como não sou muito romântica, nada disso surtia efeito, o que me deixou apaixonada mesmo foi o fato de viver um romance às escuras, sabe?! Achava tudo excitante, era diferente para mim. Enfim... Foram brigas e decepções, fugidas e escapadelas, feridas e cicatrizes, e mesmo assim mantive esse martírio por um bom tempo, cerca de seis meses. Porém/contudo/todavia, antes do fim, nada feliz, diga-se de passagem, ele me fez um convite bastante tentador: alguns dias a sós em uma cidade escolhida por mim; foi então que tive a brilhante idéia de unir o útil ao agradável. Uma amiga havia me convidado para a inauguração de seu bistrô no Guarujá que seria dali a alguns dias, então, resolvi convidá-lo a me acompanhar nesta empreitada.
- Mas, não vai ser muito badalado? – CAGÃO!
- Não, essa amiga é bem cult, não gosta de badalação. – Não foi uma desculpa fajuta, é bem verdade.
- Humm... Sei... – Tem dúvidas...
- Só vão os amigos mais íntimos e alguns familiares. Vamos? – Digo enquanto mexo em minhas cutículas com as unhas.
- Não sei, tenho que pensar. – Paciência é uma virtude da qual não fui agraciada.
- Decide logo! Caso você não vá, vou dividir um quarto com a Mari. – Tá achando que vai fazer falta?
- Se eu não for, você vai? – Percebo um certo ar de insegurança.
- Claro! – Digo, confiante.
- Tudo bem, reserva o hotel. – Ah, bom!
Programamos tudo e esperamos ansiosamente pelo tal dia. Era uma quinta-feira, ele me encontraria em uma igreja quase ao lado da minha casa. Obviamente, fui eu que escolhi o local, queria dar um ar literário a coisa. Cheguei um pouco mais cedo da hora combinada e sentei em um dos últimos bancos, acomodei minhas malas ao meu lado e me perguntei se não poderia fumar ali, estava muito ansiosa. Depois de esperar quase duas horas de atraso, resolvi perambular pelo lado de fora. Assim que desci os degraus da parte externa da igreja, percebi uma buzina insistente, era ele. Corri tropeçando em meus saltos e entrei no carro esbaforida.
- Por que você demorou tanto? – Quase não consigo respirar.
- Eu? Você é quem está atrasada... – Perdi alguma coisa?
- Querido, estou há quase duas horas te esperando na igreja. – Falo, impaciente.
- Você falou que estaria na porta. – Falei?
- Por que você não foi conferir? – Retoco meu gloss pelo retrovisor.
- Estou muito tenso, dei mais de duas voltas no quarteirão. – Coitado, nunca teve uma amante?
- Não entendo o porquê de tanto estresse. – Agora, ajeito o cabelo.
- Você nem sabe... Uma primo da minha esposa descobriu que estou indo ao Guarujá e falou que também vai. – Vamos fazer um troi?
- O quê? Você contou sobre nós? – Por que estou nervosa? Quem está escondendo algo é ele...
- É claro que não! Falei a minha esposa que estava viajando para visitar possíveis clientes e que no sábado estaria de volta. – O QUÊ?
- Sábado? A gente não ia voltar no domingo? – Esse papo já está me irritando.
- Escuta! Quando ele telefonou, minha esposa atendeu e disse que eu estava arrumando as malas. O idiota ficou tão animado ao descobrir a coincidência do nosso destino para o fim-de-semana que pediu para irmos juntos, no mesmo carro. – Que mala!
- E aí? – Acendo um cigarro.
- Aí eu disse que não ia dar porque viajaria a negócios e precisaria do carro em tempo integral. Não satisfeito, disse que então iríamos em comitiva e não aceitaria desculpas. – Que mala, mesmo!
- E o que você fez? – Procuro um cd no case que trouxe em minha bolsa.
- Eu disse que sim e vim correndo te pegar. Se ele nos encontrar na estrada a culpa é sua. – Como é?
- Minha, meu cu! Querido, eu podia viajar sozinha, sem culpa ou estresse. Quer desistir? Ainda tem tempo... Tchau! – Finjo abrir a porta do carro.
- Não vou desistir, mas reza pra ele não encontrar com a gente. – Eu?
- Eu não rezo! – Quero ouvir música.
- Então, faz alguma coisa para me alcamar... – Sexo? Em frente a um igreja presbiteriana?
- Você gosta de Madonna? – Não saio de casa sem meu case de cds.(...)"
Foi assim que conheci um dos homens da minha vida. Apesar de um tremendo mentiroso, depois admitiu ser casado, nunca alguém foi tão persistente ao tentar me conquistar, me venceu pelo cansaço. Trocamos telefones, mas eu jamais ligaria para o "Sr. Rapidinho", se ele quisesses, ele ligasse, e foi o que fez! Várias vezes, é bom frisar. Passou a me encher de mimos, carinhos, declarações, etc. Como não sou muito romântica, nada disso surtia efeito, o que me deixou apaixonada mesmo foi o fato de viver um romance às escuras, sabe?! Achava tudo excitante, era diferente para mim. Enfim... Foram brigas e decepções, fugidas e escapadelas, feridas e cicatrizes, e mesmo assim mantive esse martírio por um bom tempo, cerca de seis meses. Porém/contudo/todavia, antes do fim, nada feliz, diga-se de passagem, ele me fez um convite bastante tentador: alguns dias a sós em uma cidade escolhida por mim; foi então que tive a brilhante idéia de unir o útil ao agradável. Uma amiga havia me convidado para a inauguração de seu bistrô no Guarujá que seria dali a alguns dias, então, resolvi convidá-lo a me acompanhar nesta empreitada.
- Mas, não vai ser muito badalado? – CAGÃO!
- Não, essa amiga é bem cult, não gosta de badalação. – Não foi uma desculpa fajuta, é bem verdade.
- Humm... Sei... – Tem dúvidas...
- Só vão os amigos mais íntimos e alguns familiares. Vamos? – Digo enquanto mexo em minhas cutículas com as unhas.
- Não sei, tenho que pensar. – Paciência é uma virtude da qual não fui agraciada.
- Decide logo! Caso você não vá, vou dividir um quarto com a Mari. – Tá achando que vai fazer falta?
- Se eu não for, você vai? – Percebo um certo ar de insegurança.
- Claro! – Digo, confiante.
- Tudo bem, reserva o hotel. – Ah, bom!
Programamos tudo e esperamos ansiosamente pelo tal dia. Era uma quinta-feira, ele me encontraria em uma igreja quase ao lado da minha casa. Obviamente, fui eu que escolhi o local, queria dar um ar literário a coisa. Cheguei um pouco mais cedo da hora combinada e sentei em um dos últimos bancos, acomodei minhas malas ao meu lado e me perguntei se não poderia fumar ali, estava muito ansiosa. Depois de esperar quase duas horas de atraso, resolvi perambular pelo lado de fora. Assim que desci os degraus da parte externa da igreja, percebi uma buzina insistente, era ele. Corri tropeçando em meus saltos e entrei no carro esbaforida.
- Por que você demorou tanto? – Quase não consigo respirar.
- Eu? Você é quem está atrasada... – Perdi alguma coisa?
- Querido, estou há quase duas horas te esperando na igreja. – Falo, impaciente.
- Você falou que estaria na porta. – Falei?
- Por que você não foi conferir? – Retoco meu gloss pelo retrovisor.
- Estou muito tenso, dei mais de duas voltas no quarteirão. – Coitado, nunca teve uma amante?
- Não entendo o porquê de tanto estresse. – Agora, ajeito o cabelo.
- Você nem sabe... Uma primo da minha esposa descobriu que estou indo ao Guarujá e falou que também vai. – Vamos fazer um troi?
- O quê? Você contou sobre nós? – Por que estou nervosa? Quem está escondendo algo é ele...
- É claro que não! Falei a minha esposa que estava viajando para visitar possíveis clientes e que no sábado estaria de volta. – O QUÊ?
- Sábado? A gente não ia voltar no domingo? – Esse papo já está me irritando.
- Escuta! Quando ele telefonou, minha esposa atendeu e disse que eu estava arrumando as malas. O idiota ficou tão animado ao descobrir a coincidência do nosso destino para o fim-de-semana que pediu para irmos juntos, no mesmo carro. – Que mala!
- E aí? – Acendo um cigarro.
- Aí eu disse que não ia dar porque viajaria a negócios e precisaria do carro em tempo integral. Não satisfeito, disse que então iríamos em comitiva e não aceitaria desculpas. – Que mala, mesmo!
- E o que você fez? – Procuro um cd no case que trouxe em minha bolsa.
- Eu disse que sim e vim correndo te pegar. Se ele nos encontrar na estrada a culpa é sua. – Como é?
- Minha, meu cu! Querido, eu podia viajar sozinha, sem culpa ou estresse. Quer desistir? Ainda tem tempo... Tchau! – Finjo abrir a porta do carro.
- Não vou desistir, mas reza pra ele não encontrar com a gente. – Eu?
- Eu não rezo! – Quero ouvir música.
- Então, faz alguma coisa para me alcamar... – Sexo? Em frente a um igreja presbiteriana?
- Você gosta de Madonna? – Não saio de casa sem meu case de cds.(...)"
Être continué...
Nenhum comentário:
Postar um comentário